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Belo Horizonte

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) enviou ofício com as perguntas a todas (os) as (os) candidatas (os) para prefeitura do município e publica abaixo as respostas daquelas (es) que se manifestaram dentro do prazo estabelecido. 

DÉLIO MALHEIROS (PSD)

1) Como o candidato se posiciona sobre a inserção da Psicologia, das psicólogas e psicólogos, nas Políticas públicas municipais, caso seja eleito?

Resposta: Hoje, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já possui em seu quadro Analistas de Políticas Públicas, com formação em psicologia, atuando em vários setores da administração. Além dos psicólogos, que trabalham principalmente nas áreas da saúde, assistência social e administração, há também profissionais exercendo a função nas entidades conveniadas que, em parceria com a PBH, prestam serviços aos cidadãos.


Esses profissionais, tanto na política de assistência social quanto nas políticas da saúde desempenham ações de grande relevância. Na assistência social participam na  elaboração e execução da política pública promovendo o fortalecimento do usuário e a garantia dos seus direitos sociais. Na saúde, atuam em diversos equipamentos, como nos Centros de Saúde, nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, nos Centros de Referencia em Saúde Mental, nos Consultórios na Rua. Este espaço já foi reconhecido nesta administração e se manterá em minha gestão.


2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da Psicologia na saúde? 

Resposta:  Para a área da  saúde, em especial para a área de saúde mental, várias propostas são apresentadas em nosso Programa, como ampliar a rede de atenção às crianças e adolescentes em uso de álcool e outras drogas, e fortalecer as ações de capacitação da Rede de Atenção Básica, visando potencializar a identificação precoce e abordagem qualificada das pessoas que usam/abusam de álcool, tabaco e outras drogas, possibilitando acesso imediato ao tratamento necessário. O conjunto completo das propostas para a área da saúde encontra-se no Capítulo Cidade Saudável do Programa de Governo.



3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social?

 

Resposta: Quanto à política de assistência social, afirmamos que esta avançará com nosso Programa de Governo, trazendo aos cidadãos e famílias em situação de vulnerabilidade e risco social um atendimento diferenciado e de qualidade, na busca de romper com as situações de extrema pobreza e de violação de direitos, por meio da oferta de serviços, de programas, projetos e benefícios.


Entre as várias propostas do nosso Programa de Governo para a área social, estão: ampliar o programa Família Acolhedora, implantar o Programa Família Extensa Guardiã, incrementar as ações de fortalecimento do protagonismo juvenil, Realizar campanhas de sensibilização da população para o enfrentamento da violência contra a pessoa idosa, combate ao trabalho infantil e contra a exploração sexual, entre tantas outras.

JOÃO LEITE (PSDB)

1) Como o candidato se posiciona sobre a inserção da Psicologia, das psicólogas e psicólogos, nas políticas públicas municipais, caso seja eleito?

Resposta: Os profissionais da psicologia têm papel central na qualidade dos serviços sob responsabilidade da administração municipal. Pela natureza de suas atribuições, cabe à prefeitura garantir direitos fundamentais diretamente ligados ao bem-estar do indivíduo e da coletividade, tais como saúde, educação básica, assistência social, entre outros.


Na assistência social, é o psicólogo quem lida com a identificação do processo de fragilização e fragmentação dos laços sociais, seja nas medidas protetivas às pessoas em situação de risco e vulnerabilidade, seja na reinserção social de usuários de drogas, entre tantos outros.


Na saúde, são eles que formam a linha de frente no atendimento Centros de Apoio Psicossocial, área das mais sensíveis de todo o serviço público e fundamental para o apoio às famílias. Além do mais, os psicólogos prestam um importante serviço aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família.


Mas o psicólogo é também um ator da segurança pública quando atua no apoio às políticas de prevenção da violência e aos mecanismos de resolução de conflitos. E têm uma atribuição cada vez mais importante para o desempenho do serviço público: as iniciativas de estímulo à produtividade, motivação e valorização do servidor.


As diretrizes do nosso Plano de Governo se apoiam em quatro objetivos: a humanização dos serviços públicos; a modernização do espaço da cidade; democratização e transparência; e protagonismo cidadão, entendendo a participação como construção coletiva, responsabilidade compartilhada e colaboração ativa.


As políticas estruturantes foram dividas em três eixos: o Cidade Dinâmica contempla ações voltadas à fluidez urbana e ao dinamismo econômico; o Cidade Transparente abrange o aperfeiçoamento institucional e a promoção da participação; o Cidade Cuidadora se volta aos serviços públicos e direitos sociais garantidos pela Constituição.


Tendo em vista tais princípios e eixos estruturantes, a inserção do profissional da psicologia nas políticas públicas municipais, bem como o escopo de sua atuação, será crescente. Afinal, o psicólogo é o especialista-chave no fortalecimento dos vínculos entre indivíduo e sociedade, ponto central do Plano de Governo.


Dentre os compromissos assumidos no Plano de Governo que impactam diretamente a atividade do profissional psicólogo podemos citar, resumidamente, as seguintes áreas de atuação: na saúde, a universalização do Programa Saúde da Família e a criação do Centro de Referência dos Idosos, entre outros; na segurança pública, em programas como o Se Liga!, de prevenção à criminalidade violenta entre jovens; na assistência social, na criação do BH Cidadania Móvel, e no programa Volta por Cima, focado em oferta de oportunidades de recomeço para população em situação de rua, entre outros; e na implantação de uma política transversal sobre drogas.

 


2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da Psicologia na saúde?
 

Resposta: Embora a PBH gaste acima do mínimo constitucional na área da Saúde, 58% do total dos gastos são em serviços hospitalares, e apenas 5 % em prevenção e promoção da saúde. A falta de atenção à prevenção explica, em parte, as filas para consultas e cirurgias. Até julho de 2016, 26 mil pessoas aguardavam cirurgias na rede municipal.


Vamos inverter a lógica atual e deslocar a prioridade para a área de promoção da saúde e prevenção de doenças, reduzindo, no médio prazo, os custos e a demanda por serviços hospitalares, bem como a fila por cirurgias.


A política estruturante na área da Saúde é a Rede Cuidar, que irá acompanhar a saúde de crianças, idosos e doentes crônicos, entre outros, por meio de ferramentas de tecnologia capazes de conectar informações do prontuário eletrônico com protocolos de acompanhamento médico, lembrando as pessoas da necessidade de marcação de exames, consultas de retorno e vacinação, conforme o perfil de cada usuário do sistema.


Também está prevista a criação do Centro de Referência do Idoso, um cada regional, com acompanhamento fisioterápico, psicológico, nutricional, físico, entre outros, de modo a responder com eficácia às doenças relacionadas à transição demográfica.


Está previsto também o Serviço de Transporte Interno em Saúde, garantindo melhor integração da rede municipal e o aperfeiçoamento da comunicação entre os equipamentos de Saúde para o redirecionamento dos pacientes ao serviço de atendimento mais adequado a cada caso.


Além dessas iniciativas, as diretrizes do plano de governo preveem a universalização do Programa Saúde da Família, levando atendimento para assentamentos irregulares e ocupações; a disponibilização da Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) em meio digital, permitindo aos cidadãos visualizar não apenas os medicamentos que a compõe, como a disponibilidade dos mesmos nos postos de saúde; e a criação de um programa de valorização do profissional da Saúde. Iniciativas essas, vale dizer, integradas aos Centros de Apoio Psicossocial.


O BH sem Drogas, que incide sobre as áreas de saúde e de assistência social, prevê uma ação transversal de prevenção, acolhimento, atendimento psicossocial aos usuários e famílias, oportunidades de tratamento, em parceria com comunidades terapêuticas, bem como o fortalecimento dos CAPs Álcool e Drogas.


Sobre a atuação dos profissionais da psicologia no sistema municipal de Saúde, ela será fortalecida nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, isto é, no suporte ao Programa de Saúde da Família, na identificação dos indivíduos vulneráveis (para prevenção e promoção à saúde), crianças, jovens, idosos, gestantes, adolescentes (com riscos de abortamento ou suicídio). Também são profissionais da psicologia os responsáveis pelo atendimento das demandas do sistema de proteção à mulher vulnerável, além da identificação e do acompanhamento de crianças vítimas de abuso/violência.

 


3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social?


Resposta: A área de Assistência Social é uma das mais sensíveis da administração municipal. Hoje a capital possui uma rede de 34 BH Cidadania (antigos Centro de Referência em Assistência Social) e 9 Centros de Referência Especializados de Assistência Social. O dispêndio da PBH com Assistência Social foi de 2,53% do orçamento em 2015. Todavia, restam 6,1% da população vivendo abaixo da linha da pobreza. Segundo dados de ONGs de assistência social, a população de rua apenas na regional Centro-Sul ultrapassa 2,5 mil pessoas.


Embora o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal seja considerado muito alto e a mortalidade infantil esteja em queda constante desde a década de 1980, a situação de vulnerabilidade tem se mostrado persistente entre alguns grupos sociais.


Estão entre os compromissos assumidos no Plano de Governo ampliar os atendimentos do BH Cidadania, por meio de criação do BH Cidadania Móvel, com equipes volantes para realização do atendimento socioassistencial a grupos em situação de vulnerabilidade social, sobretudo moradores de rua, de assentamentos irregulares e ocupações, inclusive em ação conjunta com a Defensoria Pública para atendimento jurídico à população de baixa renda.


O projeto Volta por cima busca a melhoria do atendimento à população em situação de rua, com a ampliação dos horários de atendimento no Espaço Cidadania, e criação de um programa de empregabilidade, no qual a prefeitura dará capacitação orientada a mercado.


Como especialista no fortalecimento dos vínculos entre indivíduo e sociedade, a atuação do profissional da psicologia na área da Assistência Social é central. São eles os responsáveis pela identificação das situações de risco e vulnerabilidade social, bem como na reintegração e fortalecimento dos laços comunitários e familiares.


Além do mais, a política de assistência social não pode prescindir desses profissionais no tratamento e na reinserção social de usuários de drogas lícitas e ilícitas, no apoio à família do paciente com transtornos mentais, além do acompanhamento psicológico daqueles vitimados pela violência, em suas múltiplas dimensões, sejam familiares, idosos ou crianças.

MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO (PR)

1) Como o candidato se posiciona sobre a inserção da Psicologia, das psicólogas e psicólogos, nas políticas públicas municipais, caso seja eleito?
 
Resposta:
O psicólogo proporciona uma compreensão integral do sujeito, das famílias e da comunidade. E entendemos que o profissional deve participar ativamente na formulação e a implantação de políticas públicas nas áreas social e de saúde. Na saúde, por exemplo, temos conhecimento de que há estudos sobre a presença dos psicólogos problematizando técnicas e desenvolvendo a produção do conhecimento na área, que vai desde a atenção básica até a gestão dos serviços. Queremos dar uma saúde humanizada aos belo-horizontino e, neste sentido, o psicólogo é o profissional capaz de ajudar e entender as pessoas de uma forma mais sensível, ajudando as pessoas a lidar com seus problemas e somando esforços para minimizar as suas angústias das famílias, bem como trabalhar conjuntamente com uma equipe multidisciplinar, que reúne também assistentes sociais, enfermeiros e educadores. Enfim, o profissional da psicologia trabalha para o bem-estar individual ou da coletividade.

Teremos um cuidado também especial para a proteção social das áreas de maior vulnerabilidade de BH e, junto com os grupos que estão fora das estruturas de segurança social, necessitaremos de atuação firme deste profissional. Manteremos diálogo aberto com a segmento e queremos firmar parcerias. 


 

2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da Psicologia na saúde?
 
Resposta: Terá um papel fundamental, pois vamos promover atenção integral à saúde da mulher, dos idosos e da criança com ênfase nas áreas e populações de maior vulnerabilidade. Iremos liderar o processo de fortalecimento da rede de saúde mental, com ênfase no enfrentamento da dependência de crack e outras drogas, além de criar o Comitê Municipal de Prevenção ao Uso de Drogas, Reinserção Social e Atenção ao Usuário. Nosso objetivo é melhorar a estrutura e o atendimento na rede pública de saúde de Belo Horizonte.  Vamos reduzir o tempo de espera para a realização de consultas com especialistas e realização de exames médicos especializados, através da marcação via internet. Iremos criar a Clínica da Família com 9 Unidades de pronto atendimento, uma em cada regional, ampliar o Programa Saúde da Família com ações preventivas para as doenças negligenciadas e fortalecimento da vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental. Faremos um maior investimento na gestão do Sistema Municipal de Saúde Pública, incorporando ferramentas e tecnologia de ponta para otimizar processos, racionalizar custos e viabilizar um atendimento rápido, humanizado e de qualidade ao cidadão. Iremos garantir e melhorar o acesso da população aos serviços de qualidade, com equidade e em tempo adequado ao atendimento das necessidades de saúde, mediante aprimoramento da política de atenção básica e da atenção especializada. Temos a intenção de aprimorar a rede de urgência e emergência, com expansão e adequação de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de prontos-socorros e Centrais de Regulação, articulada às outras redes de atenção. Vamos promover atenção integral à saúde da mulher, dos idosos e da criança com ênfase nas áreas e populações de maior vulnerabilidade. Vamos também garantir o fornecimento de medicamentos para pacientes crônicos em até 48 horas da prescrição e aprimorar a regulação e a fiscalização da saúde suplementar, com articulação da relação público-privado, gerando maior racionalidade e qualidade. Enfim, vamos também trabalhar para a formação adequada, alocação, qualificação e valorização dos profissionais da saúde, entre eles os psicólogos.


 

3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social?
 
Resposta:
Nosso foco é levar mais para quem mais precisa e atuar ativamente em áreas de vulnerabilidade social diagnosticadas nas 9 regionais de BH. Por meio do nosso projeto BH Vidas, que é a construção de 9 grandes equipamentos públicos em áreas de risco social, iremos para levar às crianças, aos jovens, aos adultos e aos idosos uma qualificação educativa, social e esportiva, além da mediação de conflitos, numa espécie de “fábrica de cidadania a exemplo do Compaz, na cidade de Recife que foi instalado em uma área de grande violência e desamparo social e com atividades interdisciplinares que compreendem reforço escolar, assistência social e psicológica, cursos de dança e teatro e práticas esportivas mudou um quadro altamente negativo. Pretendemos humanizar a atual administração municipal com políticas públicas voltadas às famílias, grupos e indivíduos que já se encontram em situação de risco ora por ocorrência de abandono, ora por maus tratos físicos e psíquicos, situação de rua, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas ou cumprimento de medidas socioeducativas. E aqui, nesse sentido, entendemos ser fundamental a presença da psicologia na assistência social trabalhando articulada com equipes multidisciplinares. Entendemos ser muito importante o reconhecimento da assistência social atrelada a psicologia e como gestor municipal terei um olhar sempre aberto e sensível ao tema. 

RODRIGO PACHECO (PMDB)

1) Como o candidato se posiciona sobre a inserção da Psicologia, das psicólogas e psicólogos, nas políticas públicas municipais, caso seja eleito?
 
Resposta:
A partir do conceito de Prefeitura Integral, proposto pelo nosso programa, entendemos que os problemas de segurança, por exemplo, também estão relacionados com a área de educação, transporte, desenvolvimento econômico e da saúde. A Prefeitura Integral deve resolver os problemas do início ao fim, dando soluções que passam pelo o bem-estar físico e também o mental. Por isto, em nosso plano de governo a psicologia é instrumento de promoção de saúde integral
 
 
2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da psicologia na saúde?

 

Resposta: A cidade conta com postos de saúde e hospitais. O problema é que eles não funcionam e precisam funcionar integralmente. A intenção é a de trabalhamos no sentido de garantir a excelência no sistema público de saúde a partir do atendimento integral nessas unidades, combatendo seus principais problemas como a falta de profissionais e equipamentos, a insegurança nas unidades de saúde. São compromissos, ainda, ampliar o acesso ágil da população a serviços de qualidade, valorizar o profissional da saúde, melhorar a estrutura das unidades e garantir adequadas condições de trabalho.
 


3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social?
 
Resposta:
 Entendemos que ações de assistência social estão inseridas em vários setores da sociedade, como saúde, habitação, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, segurança pública e cultura. Em todas estas áreas a assistência social está presente, e acreditamos que, ao desenvolvermos melhorias em uma, outras áreas também serão contempladas, já que enxergamos esta interligação entre elas. Vamos criar soluções integradas entre as secretarias de assistência social e saúde.
 
Na habitação, por exemplo, vamos ampliar o número de unidades disponibilizadas para moradores de áreas de risco e em condições de vulnerabilidade. O assistente social ajuda no direcionamento das famílias que precisam ser transferidas ou alocadas no projeto.
 
No desenvolvimento econômico, criar projetos de desenvolvimento econômico e social específicos para cada regional, explorando suas vocações e transformando-as em regiões independentes, com ampla rede de comércio, serviços e lazer. O assistente social é o profissional que faz a mediação entre a prefeitura e a população.
 
Nas áreas de cultura, desenvolvimento social e segurança pública, vamos criar noves U.V.A.s (Unidades de Vida Articulada). Os projetos BH Cidadania, Vila Viva, dentre outros existentes atualmente em BH, serão ampliados e melhorados por meio das U.V.As.  Os programas sociais serão executados de forma integrada, melhorando os resultados junto aos público alvo. A UVA terá um centro de atendimento à população com um profissional da área para mediação com a população.
 
Na saúde, vamos incrementar as ações dos CERSAM (Centro de Referência à Saúde Mental) e CERSAM AD (Centro de Referência à Saúde Mental – Álcool e Drogas), aumentando o número de unidades e ampliando as equipes. O Assistente Social apoia as famílias dos pacientes.

VANESSA PORTUGAL (PSTU)

1) Como a candidata se posiciona sobre a inserção da Psicologia, das psicólogas e psicólogos, nas políticas públicas municipais, caso seja eleita?

 

Resposta: O PSTU defende uma outra forma de gestão das políticas municipais, que tenha força política para governar para a maioria da população, que é quem trabalha, que não esteja atrelada aos grandes grupos empresariais. Para tal precisamos estar apoiados em conselhos populares, construídos através de assembleias organizadas por locais de estudo, moradia e de trabalho. Nestes espaços, serão eleitos por mandatos revogáveis os conselheiros que decidiriam, em assembleia, todas as políticas do município - assim como os orçamentos. Entendemos que a Psicologia deve compreender os usuários das políticas públicas como um sujeito capaz de compreender o mundo ao seu redor e, principalmente, de transformá-lo. No tipo de gestão que propomos, a escuta qualificada e os saberes adquiridos pelos psicólogos e suas distintas abordagens podem auxiliar na transformação dos desejos e queixas em demandas possíveis de serem implementadas/trabalhadas pelas gestões públicas.

 

Não se trata, entretanto, de “utilizar” a psicologia para contenção de problemas para os quais o poder público não aponta soluções e são de sua responsabilidade. Devemos buscar uma construção mais democrática e participativa dos espaços públicos e incentivar mecanismos de pesquisas na área como o CREPOP – Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas - para criar referências para a atuação dos psicólogos nas políticas públicas. Os documentos produzidos são disponibilizados para quem precisar: psicólogos, contratantes, gestores, etc.


Dito isto entendemos que o trabalha a psicologia passa pela geração de políticas públicas quanto na execução delas e tem um papel integrado em diversas áreas, assistência, saúde, educação, mobilidade e estruturação urbana.
 

 

2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da Psicologia na saúde?

 

Resposta: Somos parte da luta antimanicomial e pela defesa do SUS. Defendemos um controle social real do SUS, no qual trabalhadores e usuários possam decidir sobre as políticas de saúde e intervenção. Hoje, o sucateamento e precarização da atenção básica são visíveis para qualquer trabalhador que procure seu Centro de Saúde de referência. As equipes de saúde, em todos os níveis, encontram uma sobrecarga de trabalho absurda (há equipes de NASF que referenciam um território de quase 50 mil usuários), assim como a jornada de trabalho é estafante e dá pouco tempo para a formação dos profissionais.
Além disso, a falta da valorização dos diversos saberes envolvidos no trabalho e a pressão do modelo medicalocentrico acabam por tirar toda eficácia da gestão dos centros de atenção primarios e secundários.


A privatização é outro ponto que contribui para o aumento da precarização. As inúmeras OSCIP's, OS's e outras formas de transferência de verbas do Estado para as grandes empresas devem acabar. Defendemos um SUS 100% estatal, sem transferência de recursos para a iniciativa privada, potencializando os recursos para a contratação e valorização de trabalhadores, ampliação das equipes de promoção, prevenção e tratamento de saúde e da infraestrutura dos locais de atendimento. No que envolve a Saúde Mental, entendemos que o modelo anti-manicomial que rege os CERSAM's, CERSAMI's, CERSAM's AD tem um potencial importante mas que são limitados pela carência de investimento, pelas privatizações e muitas vezes pelo foço que existe entre os diferentes níveis da Rede. A formação de um Conselho Popular de Saúde composto por trabalhadores, familiares e usuários pode cumprir um papel fundamental para a superação desses problemas. O PSTU é contrário as Comunidades Terapeuticas. O tratamento deve ser feito de forma a garantir a inserção social plena do usuário. O Estado tem que garantir a saúde integralmente. Unidades de acolhimento e acompanhamento dos doentes mentais e acompanhamento das famílias devem ser mantidas pelo poder público.


A psicologia na saúde é pensada por nós não somente quando há doença, mas sim como ferramenta de desenvolvimento de potencialidades e de transformação social. O psicólogo deve ser parte de equipes nas três esferas de atendimento da saúde - promoção, prevenção e tratamento - e estar presente nas unidades mais próximas da população.
 

3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social? Os textos de 

 

Resposta: O SUAS – Sistema Único de Assistência Social- foi criado, fruto de muita luta com o objetivo foi romper com a lógica assistencialista (igreja, primeiro-damismo) e com as ações fragmentadas, instituindo um sistema único. Aqui as ações da Assistência Social passam a ser vistas como um direito da população e como dever do Estado. A proposta do Temer de colocar a mulher na área social apresenta um retrocesso neste sentido, pois retrocede ao primeiro-damismo que o SUAS buscou superar. Em Belo Horizonte a lei que institui o SUAS foi sancionada apenas em 2015, trata-se de um sistema muito jovem.
A estrutura básica sobre a qual o SUAS é constituído - proteção básica -desenvolvida pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) - e proteção especial (de média e alta complexidade) respondidas pelos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e pelas instituições de longa permanência para idosos, etc (ILPI). São insuficientes em número e em estrutura (física e de pessoal).


O número de servidores é insuficiente e há casos de adoecimento devido à sobrecarga de trabalho e o desgaste pelo trabalho penoso, de constante contato com a realidade da população atendida. As condições de trabalho são precárias, sem equipamentos como computador e salas adequadas. As salas de atendimento não garantem o sigilo necessário e expresso no código de ética profissional do psicólogo. Desde dezembro o benefício da Cesta Básica foi retirado da Assistência Social para ser transferido para a Secretaria de Segurança Alimentar, mas simplesmente desapareceu, não está em lugar nenhum desde então. Os grupos que acontecem nos CRAS são realizados pela empresa Adra, contratada pela prefeitura no lugar da AMAS, que precisou ser extinta devido a denúncias de irregularidades. Ou seja, terceirização dos serviços. Quem não tem o CRAS no território procura a Equipe de Proteção Social Básica Regional, que funciona dentro das Regionais. Esta equipe faz o acompanhamento familiar e atende as demandas das famílias fora de área CRAS, mas não há grupos de convivência por exemplo. Tudo com muita precariedade também.


Nos CREAS, um em cada regional de BH, há também uma sobrecarga e falta de condições de trabalho. As salas dos técnicos e os equipamentos como computadores, telefones são insuficientes e precários. As salas de atendimento não garantem sigilo. Pela legislação o Serviço Especializado de Abordagem Social, que atende a população de rua deve ser executado no CREAS. Entretanto em Belo Horizonte, que há muito adota uma política higienista com relação a esta população, retirou este serviço do CREAS e o entregou a uma empresa privada. Antes este serviço funcionava dentro do CREAS e era executado pela AMAS.

Agora ele sequer está dentro do CREAS e é executado também pela ADRA. A população de rua que procura o CREAS é atendida precariamente, em esquema de plantão, pelos servidores dos outros Serviços e não tem o acompanhamento como determinado pela política de Assistência Social.


Na alta complexidade a rede socioassistencial é quase toda conveniada. A pbh possui poucos abrigos e ILPIs públicos.


Levantamos o diagnóstico para apontar a nossa política. Que tem como prioridade revitalizar o SUAS, municipalizando os serviços, ampliando e equipando a rede de assistência. Outro elemento fundamental é a integração da assistência com a saúde e educação, visto que os indivíduos atendimentos precisam ser contemplados pela totalidade das políticas públicas. Um bom exemplo da necessidade desta integração são as medidas sócio educativas: os adolescentes que cometem atos infracionais (crimes) são encaminhados a assistência para que duas medidas sejam executadas pela PBH: Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade. O objetivo é a “responsabilização” do adolescente pelo ato e a proteção social. Quase a totalidade dos adolescentes são de área de alta vulnerabilidade. O objetivo do serviço é também garantir o direito à educação, saúde e profissionalização. A maioria encontra-se fora da escola e há dificuldades em inseri-los devido à precariedade da educação.

Uma parte faz uso abusivo de drogas e também não há instituições suficientes para atender. As que existem além dos centros de saúde (com seus problemas) são distantes e “ineficazes”. Com relação à profissionalização é pior ainda. Não há cursos para atendê-los e quando há são distantes e exigem uma escolaridade que eles não possuem. Ou seja, não é oferecido condições para que os adolescentes “possam abandonar a prática infracional”. Nem mesmo a tarifa social – vale transporte – para que eles possam circular é garantido, sempre está em falta. Este é um exemplo da necessidade da integração, mas não o único.


A atuação do psicólogo, como trabalhador da Assistência Social, “deve ter o intuito básico de fortalecimento dos usuários como sujeitos de direitos e o desenvolvimento das políticas públicas (CREPOP, 2007)”. Assim, a psicologia atua sobre a dimensão subjetiva dos sujeitos, visando a autonomia e a transformação social. Obviamente esta dimensão subjetiva não pode ser compreendida sem a dimensão social que lhe dá suporte.


O psicólogo deve ser incorporado nos diversos níveis do desenvolvimento das políticas públicas desde a elaboração e a execução.


Importante atentar para a saúde do psicólogo no trabalho, que pela sua natureza é penoso e desgastante e por isso há uma demanda da categoria pela jornada de 30 horas semanais. Dilma vetou a lei das 30 horas para psicólogos, que tramitou no congresso durante 5 anos. Os assistentes sociais já possuem uma lei federal que garante a jornada de 30 horas, mas a prefeitura não cumpre. Apesar de ter sido aprovado na câmara projeto com este conteúdo a prefeitura vetou. Precisamos implementar as 30horas

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