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Divinópolis

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) enviou ofício com as perguntas a todas (os) as (os) candidatas (os) para prefeitura do município e publica abaixo as respostas daquelas (es) que se manifestaram dentro do prazo estabelecido.

IRIS ALMEIDA (PT)

1) Como o candidato se posiciona sobre a inserção da Psicologia dos psicólogos e psicólogas nas políticas públicas caso seja eleito?
 
Resposta: 
Primeiramente, gostaríamos de agradecer a oferta deste espaço de comunicação e de diálogo com as psicólogas e psicólogos de Divinópolis e de Minas Gerais. Esperamos que esta e outras iniciativas do Conselho Regional de Psicologia, de aproximação das gestões municipais, sejam realizadas com frequência dentro do espaço público de construção das cidades.


A instalação da Subsede Divinópolis em setembro de 2013, a partir dos seus conselheiros desta região, com grande engajamento na academia e nas políticas públicas de saúde, proporcionou um novo debate sobre o papel dos profissionais nas ações da vida do cidadão. Os seus Grupos de Trabalho (GT) tem proporcionado um novo ar de participação e investimento dos nossos trabalhadores com as discussões do CREPOP ou levantando novas demandas de discussões. Neste ano de 2016, foi realizado o 18 de Maio – Dia da Luta Antimanicomial com maior participação da história da Luta em Divinópolis, devido a condução do CRP na organização do evento.


Sabemos da grande dívida que a gestão municipal tem com seus servidores e consequentemente com as psicólogas. Faz muitos anos que não ocorre Concurso Público e que os salários não acompanharam o desenvolvimento da cidade. Sabemos que há grandes vazios assistenciais (na área da Psicologia) nas políticas públicas, principalmente na educação. Vazios assistenciais que precisam ser solucionados e, certamente, a presença da profissional psicóloga é fundamental. 


Vimos surgir também a necessidade deste profissional nas políticas LGBT, das populações de rua, a presença de uma profissional em cada Unidade Básica de Saúde, nos CRAS, nos Centros de Convivência e Saúde do Trabalhador, deficientes físicos.


Devido sua formação generalista, a psicóloga nos auxiliará a construir a cidade que queremos. Seus conhecimentos sobre trabalho, saúde, território, assistência social, educação, desenvolvimento (criança, adolescente, adulto/idoso), novas subjetivações colocam este profissional em local de destaque nesta gestão que buscará construir uma Divinópolis Digna Para Todos. O próprio conceito de dignidade vem sendo trabalho pela Psicologia e pelo Sistema Conselho nestes últimos anos. Sinal que haverá uma boa sintonia entre nós.


É importante destacar também, que a profissional de Psicologia tem grande perfil para ocupar cargos de secretariado no nosso governo. Colocando a Psicologia também na organização da cidade digna que queremos. Temos como indicativo que nosso secretariado será composto por 50% de mulheres. Nesta atual gestão só há 12,5% (2/16). Afinal, estamos no século XXI.

 

 

2) Quais são as propostas para a saúde pública, em especial para a área saúde mental? Qual será o papel da Psicologia na saúde? 

Resposta: A saúde de Divinópolis apresenta um dos piores indicadores do Estado de Minas Gerais. Estamos atravessando uma crise de perspectiva desta atual gestão por não conseguirem entender a saúde para além da relação saúde-doença. Essa vertente instituída pela Gestão, vem gerando desgastes na assistência à população e, internamente, uma desmotivação dos seus trabalhadores que não veem neste plano a possibilidade de melhorias.


A Rede de Atenção Psicossocial de Divinópolis (RAPS) é deficitária. Há 1 (um) Serviço de Saúde Mental (SERSAM / CAPS-III), 1(uma) Residência Terapêutica e 1 CAPs ad, para uma população de 230 mil habitantes. Em algumas Unidades Básicas de Saúde há o atendimento psicológico. Mas o matriciamento ainda precisa ser implantado na rede. 
 

O SERSAM (que também atende a microrregião) deverá ter nossa atenção especial para colocá-lo em outro patamar de atenção ao usuário de saúde mental. Sabemos que seus trabalhadores desejam esta transformação, mas sem apoio da gestão não conseguiram fazer esta mudança. Faremos uma intervenção para alterar a realidade que se encontra, com auxílio da Coordenação Estadual de Saúde Mental, das Universidades, dos usuários e esperamos também o apoio do Conselho Regional de Psicologia nesta ação de reestruturação.


O CAPSad também nos preocupa. Foi instalado à toque de caixa, depois de anos com o projeto parado na gestão e com a participação ativa da ação militar na sua implantação. Os usuários ficam sem atividade estruturada ao longo do dia (assim como no SERSAM), com grande dificuldade na consolidação do Projeto Terapêutico Singular (PTS), a estrutura do prédio não possibilita um cuidado adequado. Outra situação que deverá ser enfrentada no primeiro dia de gestão, será a forma de vínculo dos trabalhadores no CAPSad, uma vez que o contrato será finalizado dia 31 de dezembro deste ano, sem possibilidade de renovação. Ou seja, todo o trabalho desenvolvido será jogado fora. 


Já temos o levantamento que há necessidade de implantação urgente de um CAPSinfantil no município. São quase 150 crianças que fazem tratamento fora de domicílio. Na Conferencia de Saúde Mental de 2010, esta ação já havia sido aprovada pela mobilização das mães e será respeitada pela nossa gestão.


Precisamos dar melhores condições de trabalho. Há UBS aqui em Divinópolis, que os atendimentos são feito no terraço, ao lado da caixa de água. Há profissionais com jornada de 20 horas que atendem em 3 UBS diferente, abrangendo 15 mil pessoas. Situação inaceitável de atendimento profissional. 


Portanto, a rede de saúde mental está na nossa agenda de ações. Para deixar transparente, nossas propostas para a Saúde e Saúde Mental são:

  • Implantação de 3 equipes de NASF

  • Implantação do CAPS infantil

  • Reestruturação o CAPS III e CAPSad

  • Estudo de viabilidade de implantação de CAPS I

  • Valorização da carreira do Servidor Público Municipal

  • Implantação do Modelo de Gestão “Em Defesa da Vida”

  • Reordenamento da divisão territorial das Unidades Básicas de Saúde

  • Aproximação da Coordenação Estadual de Saúde Mental, Universidades e CRP-MG.

3) Quais são as propostas para a política de assistência social? Qual o papel da Psicologia na assistência social?
 

Resposta: Em Divinópolis, a Assistência Social vem sendo desmontada de forma sistemática nesta atual gestão, mesmo sendo gerida por um psicólogo. Fecharam os núcleos de Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), a divisão territorial dos CAPS foi feita de maneira inadequada, as equipes de intervenção na rua ficaram inoperantes, fecharam o Restaurante Popular, os Centros de Convivência foram terceirizados, o Conselho Tutelar não teve condições mínimas de funcionamento durante anos, etc. Um cenário que precisará ser revertido.

 

Em 2015, foi realizado o Diagnóstico Social mas engavetado pela atual gestão. Deveremos ter este material disponibilizado que servirá de norteador para nossas ações. Todas as pessoas têm direito de viver em uma cidade, que por meio de seu governo, tenha como orientação a redução das desigualdades, o combate à descriminação de grupos sociais e étnicos-raciais, combate à segregação urbana e a diversidade sócio espacial, se comprometa com a função social da cidade e da propriedade.

 

Nosso projeto de governo é “Divinópolis Digna Para Todos”. Queremos que todos tenham a mesma oportunidade de vida, a partir de políticas públicas adequadas. Infelizmente vimos um projeto caritativo, que beneficiou alguns e prejudicou milhares. Queremos que a Política Pública venha antes da caridade. Queremos que os moradores do bairro Copacabana (projeto Minha Casa Minha Vida) tenham as condições mínimas de moradias (o bairro foi construído sem rede de esgoto, sem calçamento, muito longe da área urbana, com erros na execução do projeto do imóvel). Consideraremos muitas situações como violações dos Direitos Humanos. Não aceitaremos o que foi feito com a população do bairro Copacabana como algo normal. Queremos o respeito à dignidade humana e não deixaremos que qualquer gestão municipal se sobreponha sobre os mais pobres e carentes.
 

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